quinta-feira, 12 de dezembro de 2013




Aproveitando-se da miséria alheia





Vários prefeitos de cidades localizadas na área da seca estão utilizando os decretos de calamidade pública aprovados pela Assembléia Legislativa da Paraíba para burlarem a Lei de Responsabilidade Fiscal. A denúncia, que está nas redes sociais, tem inteira procedência e mostra que não tem jeito que dê jeito nesses marginais que botaram a gravata no pescoço para se tornarem representantes do povo. Quando não transformam as Prefeituras em sucursais de suas casas, empregando mulheres, filhos, parentes e agregados, se valem da fome e da miséria do seu povo para gastar dinheiro público em coisas nada públicas e nada misericordiosas.

Temos, é bom dizer, a vocação para a banda marginal. O cargo público, que deveria dignificar o homem, é utilizado como meio de enriquecimento ilícito e fórmula mágica para transformar pessoas reconhecidamente pobres em magnatas da corrupção.

E a gente vê antigos pobretões, que mal conseguiam morar numa casa simples, comprando apartamentos suntuosos e verdadeiras mansões na área nobre de João Pessoa, para onde se mudam com armas e bagagens. Deixam logo de morar na cidadezinha que os escolheu prefeitos, passando a visitá-la esporadicamente, com o único intuito de fazer o rapa no cofre.

E essa tal calamidade da seca apareceu feito botija, feito premio de loteria, um verdadeiro presente de aniversário. Com a calamidade, poderão gastar tudo, zerar as contas, porque terão a justificativa da seca, da fome, da sede, do desespero do povo. Mesmo que esse povo continue na situação de sempre, comendo rato com palma e bebendo mijo, porque o dinheiro que deveria ser usado em seu favor está sendo desviado pelos gatunos que se tornaram prefeitos jurando honestidade e trabalho em favor dos menos favorecidos.

Tião Lucena
 

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