domingo, 26 de fevereiro de 2012

Treze e Campinense protagonizam uma das maiores rivalidades do país

'Clássico dos Maiorais' começou a ser disputado em 1955. Neste domingo acontece o jogo de número 382. Clubes já decidiram 15 títulos paraibanos

Por Silas Batista e Phelipe Caldas Campina Grande
 
O torcedor de Campina Grande, na Paraíba, vai viver neste domingo mais um capítulo de um dos confrontos de maior rivalidade do futebol brasileiro. Treze e Campinense entram no gramado do Estádio Governador Ernani Sátyro, o Amigão, às 16h, para protagonizarem o primeiro Clássico dos Maiorais de 2012 (o GLOBOESPORTE.COM/PB acompanha lance a lance o jogo em tempo real). Os dois times são donos das maiores torcidas do estado e ao longo de mais de 50 anos de confrontos já proporcionaram jogos históricos.
Clássico dos Maiorais - Treze x Campinense (Foto: William Medeiros)Clássico dos Maiorais: Treze e Campinense dividem Campina Grande em dia de jogo
(Foto: William Medeiros)
Além de todo o emocional que já envolve um grande clássico, a partida promete ser ainda mais acirrada por conta da disputa pelas primeiras colocações do Campeonato Paraibano. Atualmente, com cada equipe tendo realizado cinco jogos, a Raposa, como é conhecido o Campinense, lidera a competição com 12 pontos. Já o Treze, ou o Galo da Borborema, vem na segunda colocação com dez pontos.
Será o clássico de número 382. O primeiro embate aconteceu no dia 27 de novembro de 1955 no Estádio Presidente Vargas, casa do Treze, e foi vencido por 3 a 0 pela equipe galista, que tem uma boa vantagem sobre o Campinense.
O Alvinegro soma 133 vitórias contra 99 do Rubro-Negro. O número de empates é de 149, o que prova o acirramento no confronto que literalmente para a cidade de Campina Grande. No número de gols marcados, a vantagem também é trezeana: são 432 gols do Treze, contra 375 do Campinense. No entanto, a artilharia do confronto cabe ao ponta-esquerda Valnir, que jogou pelo Campinense na década de 70.
Os dois times já decidiram 15 campeonatos estaduais. Mas em finais, a Raposa leva ampla vantagem. Dos 17 títulos já conquistados pelo Campinense em sua história, em dez o derrotado na grande final foi o arquirrival (incluindo quatro vitórias seguidas entre 1961 e 1964).
Já o Treze venceu 15 campeonatos, mas apenas cinco em cima do time rubro-negro. O detalhe, no entanto, é que foi no ano passado a última vez que o Galo venceu a Raposa numa final. Em sentido contrário, a última vez que o Campinense sentiu o prazer de vencer o Treze numa final foi em 2008 (assista aos dois vídeos, acima e ao lado, com a última conquista de cada um dos clubes).
Tem mais. O Campinense simplesmente baniu a camisa 13 do seu uniforme, como uma forma de não fazer nenhuma menção ao rival. Já o Treze recomenda que ninguém vá à sua sede usando camisas vermelhas, também para impedir que a cor do adversário seja vista em território alvinegro. A recomendação, inclusive, vale para os profissionais de imprensa que cobrem o dia a dia do time. Já o torcedor do Galo, ao falar sobre sua naturalidade, se diz "campinagrandense", nunca "campinense", como manda a regra.
Quanto à denominação “Maiorais”, ela foi criada pelo radialista campinense Joselito Lucena, que, no inicio da década de 70, atribuiu ao clássico o feito de conseguir as maiores arrecadações de bilheteria em jogos do Campeonato Paraibano.
torcidas de Treze e Campinense (Foto: Leonardo Silva / Jornal da Paraíba)Historicamente, Treze e Campinense sempre lotam o Estádio Amigão e são donos dos maiores públicos do Campeonato Paraibano de Futebol (Foto: Leonardo Silva / Jornal da Paraíba)
Vale a liderança
A tabela do Paraibano deu ao clássico mais um ingrediente atrativo. Com a briga entre Campinense e Treze pela liderança, o jogo promete ganhar e muito no quesito emoção. Com 12 pontos em cinco jogos, o Campinense mantém a ponta, mas vê o Treze se aproximar com dez pontos, na segunda colocação.
Warley, atacante do Campinense (Foto: Cadu Vieira)Warley, agora no Campinense, brilhou no Treze em
2011 (Foto: Cadu Vieira)
Além de se manter à frente dos rivais em praticamente todo o campeonato, o Campinense conta ainda com o artilheiro do Paraibano: o atacante Warley, de 34 anos, jogador com passagem por grandes clubes do cenário nacional (como São Paulo, Grêmio, Palmeiras e até pela Seleção Brasileira) e que em 2011 estava do lado do Treze e era considerado ídolo pelos torcedores do seu ex-clube.
- Vai ser um jogo muito difícil. Sabemos das qualidades do adversário e vamos ter pouco mais de dois dias para descansar e no domingo enfrentar o Treze, que é um concorrente direto pela liderança. Nós temos que ter calma e ir para o jogo com o objetivo de conquistar a vitória – comentou Warley.
Sobre uma possível perseguição da torcida do Treze, o jogador disse que não se intimidaria com as vaias vindas das arquibancadas.
- Não me incomodaria se essa situação acontecesse. É melhor aguardar e ver o que realmente vai acontecer dentro de campo.
Marcelo Vilar, técnico do Treze (Foto: Phelipe Caldas)Marcelo Vilar: precauções do time do Treze para
parar Warley (Foto: Phelipe Caldas)
O faro de gol de Warley, inclusive, é uma das principais preocupações do técnico Marcelo Vilar, que comanda o Treze desde 2009. Ele promete atenção especial.
- Nós não podemos abrir mão de ter um time ofensivo, mas temos que ter cuidado porque o time do Campinense tem um dos melhores ataques da competição. Vamos tomar todas as precauções que devem ser tomadas em um clássico.
Segurança reforçada
Para uma partida tão grandiosa, a Polícia Militar da Paraíba está programando um esquema especial para garantir a segurança dos torcedores que forem ao Estádio Amigão.
Segundo o tenente-coronel Souza Neto, comandante da PM em Campina Grande, o efetivo vai ser reforçado com homens da capital João Pessoa.
- O clássico é uma diversão para as pessoas e não uma forma de acirrar ânimos e nem brigas. O público que for ao estádio pode ter certeza que a polícia militar estará preparada para desempenhar um trabalho extremamente extensivo para garantir a segurança de todos – garantiu o comandante.
Treze x Campinense
Beto, Ferreira, Anderson, Adalberto (Saulo) e Celico; Leomir, Diego Araújo, Léo Rocha e Doda; Braw e Márcio Carioca Sérvulo, Rogério Rios, Ben-Hur, Breno e Renatinho Carioca; Rhuan, Luciano Totó, Claudemir e Adriano Felício; Potita e Warley
T. Marcelo Vilar T. Freitas Nascimento
Local: Estádio Amigão, em Campina Grande. Competição: Campeonato Paraibano 2012 - 5ª rodada. Arbitragem: João Bosco (CBF), auxiliado por Kildenn Tadeu (CBF) e Felipe Messias (FPF)

G1

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