quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caso Adriano: após confessar que fez o disparo,
Adriene não será indiciada, diz delegado

Segundo ele, confissão desconstitui denunciação caluniosa

Bruno Rousso, do R7    
 

Felipe O'Neill / Ag. O Dia
Adriane
Adriane passou por cirurgia na terça-feira (27) e confessou a autoria do disparo na quarta-feira (28)

A estudante Adriane Pinto, que confessou no início da noite de quarta-feira (28) a autoria do disparo que atingiu o próprio dedo da mão esquerda, dentro do carro do jogador Adriano, na madrugada do último sábado (24), não deverá ser indiciada por denunciação caluniosa.
Veja fotos da acareação e reconstituição do caso
Veja imagens do caso envolvendo Adriano
De acordo com Fernando Reis, titular da Delegacia da Barra (16º DP), o fato de ter confessado a autoria do disparo elimina a possibilidade de Adriene ser indiciada pelo incidente.
- Temos um fato que se chama arrependimento eficaz. A lei quer que digam a verdade. Se puníssemos após uma confissão como essa, seria contra-censo. Ela ter confessado desconstitui a denunciação caluniosa, caso seja provado que essa versão é mesmo a verdadeira.
Para o advogado Leonardo Couto, a avaliação do delegado está precisa.
- O que ele falou está perfeito, a lei quer que digam a verdade. Nesse caso, como o disparo acidental foi feito contra ela mesma, não há crime.
Apesar da confissão, a polícia não trata o caso como concluído. Segundo Reis, é necessário comprovar a veracidade da nova versão apresentada por Adriene.
- A confissão dela não significa que estamos convencidos. Realmente é coerente com a perícia, que concluiu que o tiro partiu de baixo para cima, e também com o depoimento dos outros envolvidos. Isso dá credibilidade à confissão. Mas a investigação ainda não está em processo de conclusão.
O delegado afirmou ainda que não há dúvidas de que Adriano estava no banco da frente do carro, ao contrário do que Adriene havia contado em seu primeiro depoimento.
- Estamos convencidos de que ele estava na frente. Mas não significa que elimine a chance de ele ter disparado. Com isso, sobram duas possibilidades: ele poderia ter passado a arma para ela e disparado acidentalmente ou então teria pego a arma embaixo do banco e atirado contra a própria mão sem querer, como a própria Adriene contou em sua nova versão.
Reconstituição:
A reconstituição do acidente acabou por volta das 19h30 de quarta-feira. Participaram da ação, além de Adriano e Adriene, Andréia Ximenes, Viviane Dutra e o policial militar reformado Júlio César Barros de Oliveira.
Na primeira parte da reconstituição, a polícia seguiu a versão de que Adriano estava na parte da frente do carro, no banco do carona. Todos os ocupantes do carro, com exceção de Adriene, contaram a mesma história em depoimento.
Na versão da vítima, que era sustentada por ela até então, Adriano estava no banco de trás e foi o autor do disparo que, segundo ela, foi acidental.
Essa hipótese também foi reconstruída pela polícia. Após três mulheres ocuparem o banco traseiro da BMW, Adriano entrou com dificuldades e a porta do carro só fechou após muito esforço. Neste momento, uma policial ficou no banco da frente, no lugar que seria ocupado pela quarta mulher, identificada como Daniele Pena, que não foi à delegacia.
Mais cedo, o delegado realizou nova perícia no de Adriano. Acompanhado por dois peritos, Reis concluiu que a bala partiu de baixo para cima e de uma posição central do banco de trás.
Ao sair do veículo, o delegado, que pouco antes havia conversado com Adriano e os demais envolvidos no caso, disse que já tem uma conclusão, mas não revelou qual.
- Eu ouvi os envolvidos e já tenho conclusão sobre a versão verdadeira. Mas não vou revelar agora.

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