quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Nilda Gondim diz que procedimento menos invasivo para retirar mioma tem que ser mantido

“A população brasileira tem que se unir e cobrar dos seus representantes nos Poderes constituídos uma mobilização efetiva contra a possibilidade de exclusão, já a partir de janeiro de 2012, do exame de embolização de mioma uterino da relação de procedimentos realizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)”, defendeu a deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB) na manhã desta quarta-feira (26), em Brasília/DF.


Autora do Requerimento n° 126/2011, juntamente com as deputadas Iracema Portella (PP-PI) e Flávia Morais (PDT-GO), a partir do qual está sendo convocada uma audiência pública, com data ainda a ser definida, para discutir a questão no âmbito da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Nilda Gondim explicou que a embolização do mioma uterino é um procedimento considerado menos invasivo que uma cirurgia e possibilita que a mulher tenha alta do hospital um dia após o tratamento. A recuperação, segundo ela, também é mais rápida, e em pouquíssimo tempo a paciente volta a ter uma vida normal.


“Por este motivo, e considerando que mais de 70% das mulheres brasileiras têm miomas, segundo dados recentemente apresentados pela coordenadora da bancada feminina na Câmara Federal, deputada Janete Pietá (PT-SP), nós estamos trabalhando no sentido de sensibilizar o governo federal para que o procedimento seja mantido nos hospitais públicos”, ressaltou a deputada paraibana.


Nilda Gondim acrescentou que o mioma é um tipo de tumor benigno que ocorre em mulheres e que pode causar sangramento, dores e dificuldades para engravidar. “O problema pode ser tratado com cirurgia para retirada do mioma ou do útero. Para evitar a operação, a alternativa é o procedimento denominado embolização do mioma uterino, que consiste na retirada do tumor com a utilização de um cateter que é introduzido na paciente através de uma incisão muito pequena”, explicou.


*Parecer da Citec –* A mobilização da bancada feminina da Câmara Federal pela manutenção do exame de embolização de mioma uterino na relação de procedimentos realizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) ganhou corpo após divulgação de parecer emitido pela Comissão de Incorporação de Tecnologia (Citec) do Ministério da Saúde pela exclusão do referido tratamento não-cirúrgico da lista do SUS.


“Pela decisão da Citec, o tratamento será excluído da relação de procedimentos financiados pelo SUS já a partir de janeiro de 2012, portanto daqui a pouco mais de dois meses. Acontece que esse é um assunto muito sério, e não se pode decidir sobre ele de forma precipitada. Daí porque a nossa decisão pela convocação de uma audiência pública para debater o assunto juntamente com representantes de órgãos e entidades ligados à causa da mulher, especialmente, e com membros da sociedade como um todo, que precisa conhecer melhor o assunto para poder se posicionar em defesa dos seus interesses”, comentou a deputada Nilda Gondim.


Para participar da audiência, segundo informou, foram convidados, entre outras autoridades, a diretora substituta da Secretaria de Atenção à Saúde (DAE) do Ministério da Saúde, Maria Inez Pordeus Gadelha; a gerente-geral de Regulação Assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (Dipro), Martha Regina de Oliveira; o representante da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), Alexander Corvello, e o representante da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Marcos Messina.


*Sobre o procedimento –* O Exame de Embolização do Mioma Uterino é realizado há mais de dez anos em todo o mundo; apresenta-se como um tratamento extremamente seguro e eficaz, e se constitui num processo de investigação, diagnóstico, indicação do procedimento e acompanhamento pós-embolização. Tal processo é realizado por um angiorradiologista intervencionista ou cirurgião endovascular, que conta com uma equipe multidisciplinar constituída por um ginecologista assistente, um anestesista e equipe de enfermagem que acompanha o paciente em todo o período da internação.


“Acredito que a decisão de se excluir esse exame no âmbito do SUS seja baseada na complexidade do procedimento, que tem abordagens diferentes de acordo com os sintomas, a idade, o tamanho e a localização dos miomas”, ressaltou a deputada federal Nilda Gondim, salientando que isso não justifica a tomada de uma decisão de caráter importantíssimo no que diz respeito às suas consequências para a sociedade.


Ascom

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