Rômulo quer PSD na base de Dilma e Kassab deve selar aliança
Para superar resistências a petistas, presidente da sigla deu carta branca para que dirigentes façam oposição ao PT em 12 Estados
Levantamento feito pelo Estado de São Paulo na última semana revela que não há restrições entre os presidentes estaduais do PSD ao plano de Kassab de integrar a base de Dilma - a exceção é o Rio, onde a sigla ainda realiza consultas, mas seu apoio é dado como certo.
Mesmo dirigentes que disputam espaço com o PT em seus Estados, como na Paraíba, ou ocupam cargos em governos do PSDB relatam que concordam com a adesão do PSD à base de Dilma.
É o caso de Minas Gerais, onde o PSD apoia o governo de Antonio Anastasia (PSDB); do Acre, onde a legenda é adversária do PT do governador Tião Viana; do Paraná, onde o partido deve apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB); e de Goiás, onde a sigla tem cargos no governo do tucano Marconi Perillo.
No Paraná, os dirigentes do partido de Kassab afirmam que não têm "arroubos de entusiasmo" para apoiar o PT de Dilma, mas admitem que seguirão o plano do presidente nacional do PSD. Nas eleições paranaenses, no entanto, pretendem caminhar ao lado do governador Beto Richa (PSDB). "Nós temos uma ligação muito forte, até emocional, com o Beto. A ideia é tentar lançar candidato próprio em 2014, mas se não houver possibilidade, vão apoiar a reeleição de Richa", diz Alceni Guerra, vice-presidente do PSD-PR.
Além dos 12 Estados onde o PSD se comporta como adversário do PT, o partido se considera "neutro" em quatro locais e apoia os petistas nos outros 11 - entre os quais estão a Bahia do governador Jaques Wagner (PT), e o Rio Grande do Norte, onde o vice Robinson Faria (PSD) rompeu com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e se aproximou dos petistas.
A explicação para tantas alianças ambíguas é que a maior parte dos governadores apoiou a criação do PSD em seus Estados, com o objetivo de capturar para suas bases políticos descontentes com a oposição. Isso aconteceu tanto no caso do governador sergipano Marcelo Déda (PT) quanto no Pará de Simão Jatene (PSDB).
Uma das poucas exceções entre os governadores amigáveis foi Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. Ele se opôs à fundação do novo partido como gesto de fidelidade ao aliado DEM, que perdeu parte de seus quadros para a sigla. Em 2014, a hipótese mais provável é que o PSD lance adversário à reeleição do governador ou apoie candidato do PT.
Agora, parte dos dirigentes defende que a sigla não aceite cargos na administração federal como contrapartida pela adesão à base de Dilma. Kassab pleiteava o Ministério das Cidades, mas passou a enxergar dificuldades na demanda. O foco do PSD agora está na pasta de Transportes e na Secretaria de Aviação Civil.
Outros diretórios pretendem apresentar uma lista de reivindicações. O Acre pedirá a nomeação de aliados do PSD para cargos da administração federal no Estado. O PSD de Rondônia quer pleitear mais verbas para o Estado e seus municípios.
Assessoria com Estadão
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