terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Uma pergunta que não cala em Campina Grande: Porque interessa a Romero continuar olhando para o retrovisor?
A população de Campina Grande iniciou o ano de 2013 sob um novo governo, eleito com base em algumas premissas, que ficaram muito claras durante a eleição: “Campina vai inovar”, “não temos que olhar para trás e sim, trabalhar”, “a partir do dia primeiro de janeiro isso vai mudar”, “temos que implantar um novo modelo político-administrativo, que não permita ficar pensando no passado, mas sim, no futuro”.

Porém, não é isso o que tem sido visto em Campina Grande. Desde que assumiu, Romero e seus auxiliares divulgam, dia após dia, fatos referentes à administração passada. Mas, como disse uma vez o Senador Vital do Rêgo, “as denúncias de Romero são pirotecnia com prazo de validade vencido”.

É este o sentimento que começa a tomar conta do campinense em geral. A população começa a se perguntar se elegeu um prefeito para trabalhar olhando para o futuro – como, aliás, ele dizia na campanha – ou para ficar questionando o que foi feito na administração passada.

A razão pela qual só interessa a Romero, neste instante, continuar criando fatos que remetam à administração anterior é muito clara e pode ser dividida em quatro aspectos.

Primeiro: agindo assim, Romero tira o foco das cobranças da população. Colocando, diariamente, uma questão relacionada à gestão anterior, Romero faz com que a opinião pública se envolva nas denúncias – mesmo aquelas que não tem sentido – e não cobre aquilo que, realmente, deveria balizar a sua atuação administrativa.

Segundo: agindo assim, Romero ganha tempo para começar efetivamente a trabalhar pela cidade. Já observou que estamos a quase um mês da administração e até agora não vimos uma ação efetiva da administração, mesmo lembrando que, na campanha, Romero dizia que “a partir do dia primeiro de janeiro isso vai mudar”?

Terceiro: agindo assim Romero alimenta o espírito político da parcela da população que gosta de ver denúncias, terra arrasada e coisas do tipo. É como aquele cidadão que assiste a uma corrida de fórmula 1 torcendo mais pelos acidentes cinematográficos do que pela corrida em si.

Quarto: agindo assim Romero agrada, também, ao governador Ricardo Coutinho, que por ter em Veneziano, a preço de hoje, o único adversário forte em 2014 na sua disputa de reeleição, tem total interesse em ver uma ação planejada de desconstrução da imagem do Cebeludo.

Mas porque agradar a Ricardo Coutinho? Por uma razão simples: Ricardo está cobrando de Romero a fatura pelo apoio estrutural do segundo turno, quando Romero precisou do ‘Mago' para oxigenar sua campanha. Afinal, todo mundo em Campina grande sabe que Romero saiu devendo o que não tinha desta campanha e que se não fosse pela oxigenação recebida ficaria difícil manter o ritmo da campanha no segundo turno.

Se o apoio de Ricardo Coutinho a Romero no segundo turno da disputa em Campina Grande não se fez evidente (afinal, Ricardo não apareceu no guia eleitoral nem nos eventos de campanha de Romero, pelas razões que todo mundo sabe), nos bastidores esse apoio foi fundamental para a vitória do ‘Mago' de Campina Grande. Tanto que, no primeiro dia da gestão de Romero, essa fatura começou a ser paga, com a presença de Ricardo em Campina, mesmo sabendo que se tratava de uma estratégia errada, pois, ao mesmo tempo, confirmava que o opositor de Ricardo era mesmo Veneziano, antecipando a disputa de 2014, ao escolher seu adversário.

Se Ricardo não pôde ter a fatura paga durante a campanha – pois se aparecesse no guia eleitoral ou nas ações de rua de Romero poderia ser fatal para ele – chegou a hora do pagamento.

O que Romero não esperava era que a população começasse a cobrar as ações ainda este mês. Ele esperava que essa ‘lua de mel' durasse, pelo menos, uns três meses. Tanto que, ao assumir, mesmo dizendo que a Prefeitura estava quebrada, colocou na rua um esquadrão para fazer uma operação limpeza que custou aos cofres públicos R$ 2 milhões, contatando cerca de 300 pessoas para trabalhar por, exatos, três meses.

Alguém sabe por onde andam essas pessoas contratadas? Alguém sabe por onde anda o lixo que ele disse que tinha na cidade e que, para recolhê-lo, demandaria três meses? E os R$ 2 milhões, para onde foram?

Quem ouve rádio em Campina Grande percebe que há uma disputa entre Romero e seus auxiliares, que tentam a todo o custo manter a imagem de mau gestor de Veneziano em evidência, criando fatos diários; e, do outro lado, pessoas que começam a ligar para as emissoras cobrando ações da prefeitura em diversas áreas. E cito alguns exemplos:

- Em João Pessoa o Prefeito Luciano Agra já entregou os cheques às agremiações que participarão do Folia de Rua, enquanto que em Campina não há nem sinal do apoio da Prefeitura às entidades que realizam os encontros religiosos no período de carnaval;

- Em João Pessoa a Prefeitura já formalizou apoio aos clubes de futebol – Botafogo e Auto Esporte – fazendo o mesmo que Veneziano vinha fazendo desde 2008 com Treze e Campinense, enquanto que em Campina, até agora, nada, mesmo com o Campeonato Paraibano já em andamento;

- Até agora a população espera a abertura dos restaurantes populares e das cozinhas comunitárias, que entraram no recesso anual em dezembro e tiveram de esticar este recesso em janeiro, até mesmo pela demissão de todos os funcionários que atuavam nestes locais, por determinação de Romero – que, aliás, na campanha prmoeteu acabar com as perseguições...;

- A população começa a cobrar medicação nos postos de saúde, mesmo sabendo que, na Farmácia Central – Facen há medicamentos em estoque até o teto, faltando pessoas qualificadas para a logística de distribuição – que, aliás, foram todas demitidas também;

- Até mesmo o IPTU, entregue tradicionalmente no início do ano teve a entrega dos carnês, agora em 2013, adiada, não se sabe ainda para quando;

- As próprias secretarias estão funcionando ‘a meia bomba', porque faltam definições básicas como agilizar carros, telefones, etc, cujos contratos foram encerrados na gestão anterior mas até agora não houve renovação ou nova contratação;

Desta forma, vemos que acende a luz amarela na gestão tucana. Se Romero vai apostar na continuidade da estratégia, ninguém sabe. Mas que a tendência é de que a população aumente as cobranças, isso é verdade. Esperemos, então.

Carlos Magno

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