Constrangido publicamente pela população cearense, que não tolerou o gasto de R$ 3,44 milhões com comidas exóticas para o Palácio da Abolição (sede do Governo do Ceará) o governador Cid Gomes (PSB) decidiu abolir do cardápio itens como lagosta, escargot e caviar. Ao chegar à Paraíba, a notícia provocou reações na população e a pergunta que mais se faz hoje nas ruas é: será que o governador paraibano Ricardo Coutinho (PSB) seguirá a atitude do colega cearense e ouvirá as vozes das ruas?
No caso do Ceará a repercussão negativa de uma denúncia feita pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT) de que o governo do Ceará gastou R$ 3,44 milhões com comidas para o Palácio da Abolição (sede do governo) fez o governador Cid Gomes decidir tirar todas as comidas exóticas do cardápio. Aqui, pelo menos até agora, o governador faz ouvido de mercador quando se trata do assunto, o que dá a entender que os visitantes da Granja Santana continuam participando de banquetes à base do que há de mais exótico e caro na culinária.
O deputado estadual cearense Heitor Férrer (PDT), que concorreu à Prefeitura de Fortaleza no ano passado, ficando em terceiro lugar, apresentou requerimento ao governo pedindo esclarecimentos sobre os gastos. O contrato publicado no último dia 1º foi para fornecimento de alimentação em cerimônias do governo, incluindo as que ocorrem na residência oficial do governador - que possui um pavilhão de eventos.
Segundo a assessoria do governo, os valores serão pagos conforme a demanda e incluem também decoração, cadeiras, mesas, garçons e transporte. Embora o contrato tenha vigência de 12 meses, a previsão, diz o governo, é de que os valores sejam gastos em quatro anos.
Na lista de alimentos do edital há estimativa de itens como canapés de caviar (200 unidades), crepe de lagosta (5.000 unidades), escargot na manteiga de alho (cinco quilos), risoto de bacalhau (90 quilos) e mais de 500 quilos de pratos diversos com camarão, como camarão na moranga (80 quilos) e aos quatro queijos (80 quilos).
O novo contrato foi fechado após o fim da vigência da contratação anterior, que consumiu R$ 3,58 milhões entre 2010 e 2013 com os serviços de buffet.
O deputado Heitor Férrer pediu detalhes sobre locais, custos e motivos dos eventos. “Enquanto o povo está morrendo de sede, o governador está servindo bombinhas de salmão com caviar, camarão ao sol nascente, canapés, crepe de lagosta, entre outras comidas que nem sei pronunciar o nome”, criticou, em pronunciamento na Assembleia Legislativa.
E Ricardo Coutinho? Vai ouvir as vozes das ruas, que pedem o fim de mordomias como as que incluem alimentos exóticos e supostos passeios para ele e sua esposa nos jatinhos oficiais?
Emanoel Tadeu, especial para o Blog Carlos Magno
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