terça-feira, 26 de março de 2013

TENDÊNCIA: com pré-candidatura de Rômulo ao Senado, RC deve repetir dobradinha com PSDB na vice

TENDÊNCIA: com pré-candidatura de Rômulo ao Senado, RC deve repetir dobradinha com PSDB na vice
Fontes políticas bem informadas disseram ao “RepórterPB” que a tendência do governador Ricardo Coutinho (PSB) é mesmo a de contemplar o PSDB com a vice na formação da sua chapa para concorrer à reeleição em 2014. Essa quase certeza é que estaria levando o atual vice-governador, Rômulo Gouveia, a admitir que pode ser candidato ao Senado no arco de forças em apoio a Coutinho nas eleições do próximo ano. Rômulo foi indicado originalmente pelo PSDB, quando estava filiado à legenda, com o pleno aval do grupo Cunha Lima, de Campina Grande, que agora tem no senador Cássio o seu expoente maior.


Entretanto, depois de investido no cargo, Rômulo alegou desprestígio da parte do PSDB nacional e anunciou que estava fundando uma nova agremiação na Paraíba, o PSD, que tem como presidente o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Deixou claro que isto não implicava distanciamento seu do grupo Cunha Lima.

Embora respeitem as razões pessoais de Rômulo para deixar a legenda, expoentes tucanos no Estado afirmam “em off” que o atual vice resolveu filiar-se ao PSD, do qual é presidente, pela oportunidade de adotar posição autônoma no cenário paraibano, ainda que preservando laços pessoais de amizade com antigos aliados tucanos, como os Cunha Lima. Esses informantes ressaltam que o governador socialista tem conhecimento da pretensão do PSDB de voltar ao posto de vice com um nome que esteja nas suas hostes, e que não terá interesse em criar problemas para a liderança de Cássio, que, aliás, insistentemente, tem colocado nas mãos de Coutinho uma decisão a respeito para sobrevir, então, o posicionamento dos tucanos. Cássio, adiantam as fontes, tem contornado todas as pressões internas para se lançar candidato ao Palácio da Redenção, fiel ao pacto de se empenhar pela reeleição de Ricardo, mas deseja compensações à altura do espaço conquistado pelo PSDB na correlação de forças na Paraíba.

A atitude de Rômulo, admitindo que corteja concorrer ao Senado, é encarada como preventiva e estratégica da parte do atual vice-governador. Além de estar inteirado das pretensões do PSDB, o vice-governador mira-se em outro fato: dificilmente governadores repetem as chapas com que ganharam a eleição pela primeira vez. Em 2002, quando foi candidato, o próprio Cássio aceitou a indicação de Lauremília Lucena, mulher do senador Cícero Lucena e atual presidente do diretório municipal do PSDB em João Pessoa, como sua vice. Em 2006, quando postulou a reeleição, teve necessidade de acomodar o DEM (ex-PFL), diante do engajamento do então senador Efraim Morais ao seu governo e acabou optando pelo nome do deputado estadual José Lacerda Neto. Juntos, Cássio e Lacerda derrotaram a chapa encabeçada por José Maranhão (PMDB) e Luciano Cartaxo (PT).

Em relação a Ricardo Coutinho, há precedentes, também, na esfera política em João Pessoa. Quando se elegeu pela primeira vez prefeito de João Pessoa, concorrendo no pleito de 2004, ele fez uma composição com o PMDB, que indicou o então deputado estadual Manoel Júnior como seu vice. Posteriormente, Júnior alegou falta de espaços na gestão e decidiu se candidatar a deputado federal em 2006, sendo vitorioso. Em 2008, quando foi compor sua chapa, mesmo tendo recebido do PMDB uma lista de nomes para apreciação, da qual fazia parte a ex-deputada Lúcia Braga, Ricardo Coutinho surpreendeu a todos, indicando Luciano Agra, seu então secretário, mas neófito em política, para a vice. Foi a chapa puro-sangue. Em 2012, deu-se o rompimento oficial entre Agra e Coutinho, depois que o governador se recusou a patrocinar a candidatura do ex-prefeito à reeleição, alegando que havia recebido uma correspondência sua declinando da pretensão de continuar na atividade política. Quando Agra decidiu voltar ao páreo, enfrentou, internamente, Estelizabel Bezerra, que ganhou a indicação como candidata, ficando em terceiro lugar na disputa pela prefeitura.

Conforme fontes,, a posição estratégica que Rômulo passou a adotar faz lógica e tem sentido diante das oscilações que pontuaram o cenário estadual nas últimas disputas. Como detém o comando de um partido, o PSD, Rômulo poderá aventurar-se ao Senado, mesmo sabendo que terá pela frente um pelotão de postulantes de outros postulantes. Em relação à vice, Gouveia já não tem mais convicção de que seja reaproveitado na chapa do governador socialista, embora continue aliado ao seu projeto de reeleição.



ReporterPB

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