segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Triste realidade do Nordeste brasileiro: seca arrasa o semi-árido nordestino, mata animais e deixa famílias à míngua
Os períodos de estiagem prolongada sempre foram permanentes na vida do nordestino. Não é de hoje que a seca produz suas vítimas, ano após ano, nas regiões mais áridas do semi-árido, mais secas da seca prolongada, mais quentes do terrível calor que toma conta, mais uma vez, de boa parte do Nordeste brasileiro.

Durante anos – ou melhor, séculos – os governos que se sucederam tiveram pouca disposição para minorar os efeitos da convivência do nordestino com os períodos de longas estiagens. A mais arrojada ação, com toda a certeza, é a transposição de águas do Rio São Francisco, iniciada no governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e que, agora no governo da Presidente Dilma Roussef (PT) não está tendo a continuidade esperada.

Enquanto a transposição não ocorre em sua plenitude, o sertanejo continua sofrendo. Não precisa andar muito para encontrar as imagens que retratam bem a realidade atual. Basta ir aonde a seca está para perceber que a ela é real, e as vítimas, idem.

Estas imagens postadas no Blog são de uma região entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, próximo ao município de Caicó. Este final de semana fui a Mossoró e, no caminho, vi muitas imagens que deixam qualquer pessoa estarrecida. “Eu pensava que já tinha visto seca na minha vida. Vi agora”, afirmou o estudante de Direito Gustavo Emanuel, que acompanhou a viagem a Mossoró.

As carcaças de animais mortos evidenciam histórias de quem perdeu o que tinha, por conta da seca. Centenas de agricultores e pequenos produtores rurais perderam as esperanças, depois de ver suas últimas aspirações desaparecerem com os efeitos danosos do calor torrencial.

Não há verde na paisagem estéril do semi-árido. E, sem verde, também desaparece o seu significado: a esperança do nordestino. O mato, que nesta região, na primeira chuva torna-se um lindo verde nas serras e nas terras, não muda de cor há meses. Os gravetos e o cinza mensuram o tempo de seca e os efeitos que ela trouxe.

Pobre nordestino. Continuam a sua angústia e a sua dependência do poder. Dependência que tem se aprimorado nos últimos anos. Os saques a armazéns, mercearias e feiras livres de antigamente foram substituídos pelas Bolsas do Governo Federal. Um avanço, é verdade. Mas não a solução.

Se antes a Bolsa vinha como paliativo, ou “o peixe, enquanto ensinamos a pescar”, este ensinamento tá demorando demais. Se continuar assim, nunca o peixe será pescado. Será sempre a esmola que o sertanejo recebe com alegria, agradece por gratidão, mas não entende o real objetivo de sua vinda.

Carlos Magno

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