sábado, 19 de maio de 2012

Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios




1BERTO DE ALMEIDA
# - Acabei de cometer umas mal-traçadas sobre a seca que vem molhando as mãos de muitos prefeitos nordestinos. Um singular texto para o meu espaço Plural. Nada demais. A Seca nunca deixará de ser notícia. Infelizmente. Diferente do nosso bom Shao Lin que não dá mais Ibope - acorda, Shao lin, acorda! - vai continuar vendendo muito bem. A gente vê pela Globo. Os telespectadores do sul-maravilha estão acostumados a vê-la em cores nos filmes de Lampião. E não perdem um capitulo

# Mas a notícia que me chega via imeio explica o motivo de tantas mortes nessa terra que inspira poetas e de muitos tiram a respiração. Vejam só: "cerca de 90% dos ataques de coração ocorrem de manhã cedo e podem ser minimizados se tomarmos um ou dois copos de água antes do repouso da noite!”. Ironia pura! Falar em água para quem está morrendo de sede, é como falar em honestidade na frente de um Demóstenes Torres ou do velho – ainda – Paulo Maluf.

# A propósito, a soda cáustica no leite, entre outros males” não citados, provoca mesmo o quê?! Estenose do esôfago?! Sei não, sei não. Ora, Tião, eu que não bebo desse leite a soda cáustica nele colocado tem me provocado vergonha e me deixado puto com esses papas-peitos de crianças, imaginas naqueles que dele bebiam todos os dias? Mais triste ainda é lembrar que muitos reclamavam mesmo da água que ao leite era adicionada. Bons tempos aqueles, hein? Dói, Tião, dói, uma dor não tem nada de poesia pendurada fotografia na parede da memória.

# - Mas, voltando á soda, se ela provocasse apenas “essa coisa” de nome bonito nos pobres que desse leite tomam, o problema se resolveria com um simples dicionário. Impedir que os pobres possam engolir direito? Brincadeira! Engolir o quê, Tião, a vergonha, o medo, a indignação? Pau nesses sujeitos que envergonham até lobo mau, papafigo e bicho papão! Leite com soda nos esôfago deles! Fiat justitia ne pereat mundus!

# - Faz tempo que espero a volta do bom Anco Márcio. Um texto leve e cheio de um humor (meio cacófato, não?) que está faltando em minha amada Província das Acácias. Escrever difícil, meus dois leitores, é fácil; agora, escrever fácil, fácil como ele e uns poucos que conheço escrevem, é difícil. Volta logo, Anco, conta outra. Essa não tem graça.

# - os 100 anos do Eu (e como dói!) de Augusto dos Anjos vem por aí. E nada ainda é muito do pouco que escuto falar sobre a comemoração desses 100 anos do Eu (doeu de novo!). Um aniversário de 100 anos merece ser bem comemorando até por inimigo. É uma conquista. Fosse uma simples sombra do Augusto que veio de outras eras, nem papo em redor do meu busto abandonado na beira da lagoa eu quereria (epa!).

# - Os especialistas em barreiras (epa!) – dizem que aquela famosa do nosso Cabo Branco pode desparecer em 20 anos. Não entendo de barreiras e muito pouco de Cabo Branco. Mas em 20 anos tudo pode acontecer. Inclusive, como todos sabem, nada. Agora que melhoraram as previsões, melhoraram. Antes os especialistas em qualquer assunto só assinavam previsões de um ou dois meses. Evoluímos. Convenhamos.

# - Por outro lado, esse o lado poético, os especialistas da nossa inculta e bela continuam discutindo se no caminho do poeta Drummond “tinha” ou “havia” uma pedra. E assim passam noites insones com uma pedra no caminho do sono. O poema? É o mínimo. O máximo para eles é descobrir se realmente “existia” ou “havia” uma pedra no caminho do poeta. E durma-se com um barulho desses de pedra caindo em nosso telhado poético!

*Nada a ver. O título é o nome de um livro de Marçal Aquino que virou filme. Usei-o apenas para suavizar o texto, e porque fazia um bom tempo que não lia/via título tão poético. Ah, e bonito.

Fonte: Blog do Tião Lucena

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