Outros advogados podem estar envolvidos com desvio do seguro DPVA, diz PF
Polícia Federal continuam investigando possível participação de outros advogados
Outros advogados podem estar envolvidos com apropriação indébita de indenizações cobertas pelo seguro DPVAT. Foi o que revelou o delegado Felipe Alcântara, da Polícia Federal durante coletiva realizada na sede do órgão. Três advogados, que não tiveram os nomes revelados foram presos na manhã desta quinta-feira, 14, e ainda tiveram documentos apreendidos em seus escritórios.
Da entrevista coletiva participaram o superintendente em exercício da PF, delegado Manoel Messias e de uma comissão da OAB, entre eles os conselheiros Nildo Nunes e Anibal Nunes.
O delegado Felipe Alcântara revelou que dos advogados presos, dois estão inscritos na OAB da Paraíba e o outro na Ordem dos Advogados do Brasil-Secção de Pernambuco. As prisões aconteceram em João Pessoa, Olinda (PE) e Parnamirim (RN).
Ele anunciou ainda o sequestro dos bens envolvidos na Operação “Sinistro” e a apreensão de documentos e veículos. “Continuamos com as investigações e se houver necessidade haverá novas prisões”, esclareceu Felipe.
A Operação “Sinistro” foi desencadeada desde as 5h da manhã desta quinta-feira para o cumprimento de três mandados de prisão preventiva em desfavor dos três advogados, um mandado de busca e apreensão no Estado do Rio Grande do Norte, 11 na Paraíba e outro em Pernambuco, sendo 13 mandados de busca e apreensão no total.
Foram realizadas buscas em escritórios de advocacia, bem como mandados de sequestros de veículos e de bloqueio de conta bancária. Outros advogados foram intimados para fins de indiciamento.
O conselheiro da OAB-PB, Nildo Nunes, disse que a entidade se preocupou em garantir as advogados presos a prerrogativa e resguardo do contraditório garantidos pela Constituição Federal.
A OAB, salientou Nildo, vai acompanhar as investigações e ao mesmo tempo instaurar procedimento para apurar o envolvimento dos advogados e, caso fique comprovado suas participações, eles poderão sofrer penalidade que vão desde a advertência até a exclusão dos quadros da entidade.
A Operação “Sinistro” teve como objetivo apurar o esquema voltado para a apropriação indevida de indenizações cobertas pelo seguro DPVAT, causando prejuízo a beneficiários nos últimos anos na ordem de mais de 30 (trinta) milhões de reais.
Com os indícios de envolvimento dos indiciados o delegado Felipe Alcântara conseguiu junto a 2ª Vara da Justiça Federal o decreto de prisão preventiva dos advogados e os mandados de busca e apreensão. O delegado explicou que a fraude se iniciou quando um oficial de justiça do Tribunal de Justiça da Paraíba obteve indevidamente inscrição na OAB, mediante a apresentação de documentos falsos.
A partir de então, associou-se ele a advogados em escritórios de advocacia nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, entre outros. Ato seguinte, foi montado esquema de captação de beneficiários hipossuficientes em diversas localidades. Em alguns casos, ações judiciais foram ingressadas mediante pagamento de vantagem financeira a servidor público, a fim de agilizar o trâmite dos processos.
O beneficiários, a grande maioria do interior dos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte permaneciam alheios ao andamento processual e quando era determinado o pagamento apenas o advogado e as demais pessoas envolvidas rateavam o dinheiro. Os beneficiários er5am substituídos nas audiências, por terceiro, pois nunca tinham conhecimento das datas das audiências.
Os advogados e demais envolvidos foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, apropriação indébita, uso de documentos falsos, falsa identidade e lavagem de dinheiro.
WSCOM Online
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