sábado, 27 de abril de 2013

Discriminação? Politicagem? Medo de encarar problemas gerados pelo Estado? Que medo Ricardo Coutinho tem de Alagoa Nova?




Alagoa Nova é uma bonita e agradável cidade do brejo paraibano. Com sua história calcada nos engenhos de aguardente de cana-de-açúcar, é parada obrigatória do turismo interno da Paraíba. Até mesmo de passagem, é uma ótima pedida, não só para os paraibanos, mas para os turistas que, uma vez na Paraíba, querem conhecer um pouco mais sobre as belezas naturais do interior do estado.


É certo que a segurança pública em Alagoa Nova deixa a desejar, como ocorre em todo o Estado. Assaltos, arrombamentos, assassinatos, clima de terror... tudo isso compõe o cenário desta cidade. Mas não justifica o governado Ricardo Coutinho ter receio de ir a Alagoa Nova. Afinal, ele foi eleito para governar pelos 223 municípios paraibanos. Como, aliás, ele apregoou durante a campanha de 2010.


Se o receio for por conta da violência, acho que pelo menos o governador e sua comitiva estariam protegidos. Afinal de contas, vi na imprensa esta semana que o governador reforçou a sua segurança pessoal e de assessores, com a aquisição, inclusive, de veículos à prova de balas.


Nesta sexta-feira o governador agendou visita à barragem de Camará. Pela programação oficial, a visita começou por Pocinhos e, em seguida, Camará, em Alagoa Nova. Depois o governador e comitiva tinham Areia e Esperança. O problema é que o governador escolheu fazer o percurso mais difícil para chegar à barragem. E para seguir viagem depois, também.


Na programação oficial (veja abaixo), o cerimonial do Palácio da Redenção deixou claro que o governador e comitiva, ao sair de Pocinhos, chegariam à barragem de Camará por Remígio. Todo mundo sabe que quem quiser ir de Pocinhos para Camará, obrigatoriamente terá que passar por Campina Grande, seguir para Alagoa Nova e, de lá, pegar uma estrada de terra que não dá 2 quilômetros.


Para evitar Alagoa Nova, a comitiva escolheu sair de Pocinhos e entrar, popularmente falando, por trás, pela cidade de Remígio. Teve que contornar Alagoa Nova por fora, ir pela Comunidade Cepilho e descer por uma estrada até chegar na barragem. Coisa de português mesmo. É como se o cidadão estivesse em João Pessoa e quisesse ir para Campina Grande por Araruna, guardando-se as devidas proporções, claro.


A decisão também prejudicou a saída da cidade. De Alagoa Nova para Areia, a próxima parada da comitiva, o governador e demais membros tiveram que optar por voltar todo o caminho, bem mais longo que o ‘natural'.


Não quero aqui nem falar dos custos da viagem, que ficaram bem acima do que deveria ser. Quero saber, na verdade, porque o governador decidiu ignorar Alagoa Nova. E tenho algumas suspeitas.


- Será que é porque o prefeito da cidade, Kleber Moraes, é do PMDB, irmão da esposa do Senador Vital do Rêgo?


- Ou será que o governador evitou a cidade porque este mês, por puro abandono do Governo do Estado, o Ginásio de Esportes da Rua São Sebastião desabou?


- Seria, ainda, por conta da precariedade do abastecimento d'água da cidade, que proporciona todos os meses, a quem tem ligação de água da Cagepa, torneiras vazias e contas que chegam mensalmente às residências sempre cheias?


- Ou vai ver é porque Alagoa Nova enfrenta, como o seu maior problema, precariedade na Segurança Pública, com aumento considerável nas ocorrências policiais, como assaltos, roubos, arrombamentos, homicídios, dentre outros.


- Ou, quem sabe, porque o Governo do Estado até hoje não cumpriu com a contrapartida obrigatória para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU na cidade, um investimento que, de tão irrisório, levanta dúvidas sobre a postura política do governador: um simples rádio amador para dar celeridade ao atendimento das ocorrências.


- Ou, talvez, porque há meses o governador cortou o leite que era enviado ao município, através do programa Leite da Paraíba.


De qualquer forma, nada justifica a discriminação de um gestor estadual com a população de um município tão importante do brejo paraibano. Essa postura discriminatória, por pura politicagem, não leva a nada. Só aumenta a rejeição que os paraibanos demonstram do governo. Que exemplo de gestor republicano, hein?


Veja a programação oficial da visita do governador:


Dia: Sexta-feira (26/04/13)


Hora: 10h


Local: Praça Getúlio Vargas - Em frente à igreja – Pocinhos/PB.


Hora: 12h30


Local: Canteiro de obras da Barragem Camará (entrada por Remígio).


Hora: 16h


Local: Praça Pedro Américo – Centro - Areia/PB.


Hora: 19h


Local: Ginásio Municipal Poliesportivo “O Vovozão” Rua Padre José Coutinho, s/nº – Centro, Esperança/PB







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