sexta-feira, 8 de maio de 2015

Puxão de orelha: insubordinação à base aliada pode provocar retaliações e perda de cargos federais na Paraíba

Puxão de orelha: insubordinação à base aliada pode provocar retaliações e perda de cargos federais na Paraíba
Não é nada bom o clima no âmbito da base aliada da presidente Dilma na Câmara dos Deputados depois do resultado apertado da votação sobre o ajuste fiscal. Apesar de contar com o apoio da maioria dos partidos na Casa, a presidente foi surpreendida por várias defecções, em especial a de um partido, o PDT, que na Paraíba é comandado pelo deputado federal Damião Feliciano.

A legenda, que conta com 19 parlamentares, votou contrária a orientação do Governo Federal e disse “não” ao pacote de ajustes fiscais proposto pela presidente Dilma, medida que objetiva uma economia nos cofres públicos, e agora corre o risco sofrer retaliações.

Nos bastidores a informação é que o descontentamento da presidente Dilma com a “rebeldia” dos aliados pode gerar a mudança no comando do Ministério do Trabalho, atualmente comandado pelo PDT, e, por consequência, provocar um efeito cascata nos cargos indicados pelo partido nos estados.

Na Paraíba, por exemplo, a insubordinação do deputado federal Damião Feliciano com relação à orientação da presidente Dilma pode afetar dois cargos importantes - a gerencia da Delegacia Regional do Trabalho e também a Superintendência do Patrimônio da União na Paraíba. A titularidade dos dois postos no Estado está a cargo da indicação do parlamentar paraibano e pode sofrer mudanças como uma espécie de “puxão de orelha”.

Ontem mesmo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), disse acreditar que o Governo não tinhauma base aliada “sólida” para “qualquer votação”.

Para ele, a medida provisória que restringe o acesso ao seguro-desemprego foi aprovada porque os parlamentares se “sensibilizaram” com o difícil cenário econômico do país.

“Não diria que o governo está com base sólida para qualquer votação. Se construiu uma maioria que ficou sensibilizada com o risco que o Brasil teria se perdesse uma votação dessas”, afirmou.

Mais otimista que Cunha, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), também criticou, porém, a postura da bancada do PDT, que apesar de integrar a base aliada, votou contra a medida provisória.

“A base ficou muito incomodada. Todos os líderes falaram que não era possível um partido da base subir à tribuna para criticar. Base é base. Tem que ser base de manhã, de tarde e de noite”, afirmou Guimarães.

A votação da MP foi concluída ontem, quinta-feira (07), após a derrubada de destaques que visavam alterar o teor da proposta. O texto agora segue para o Senado.


RETALIAÇÃO JÁ COMEÇOU


Segundo o Diário do Poder desta sexta-feira (08), a retaliação já começou. Desesperado pela aprovação do ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy (Fazenda), o governo prometeu o Ministério do Trabalho, ainda ocupado por Manoel Dias (PDT), aos deputados peemedebistas.

O porta-voz da oferta foi o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), em reunião a portas fechadas. Dilma decidiu defenestrar o apadrinhado de Carlos Lupi, que acusou o PT de “roubar demais”.

Dilma prometeu entregar outros cargos de segundo escalão ocupados pelo PDT. Ela avalia que o apoio dos pedetistas não fará falta.

Dilma resolveu ceder novo ministério ao PMDB quando o pacote corria risco na Câmara. Foi aprovado por margem apertada: 252 x 227.




PB Agora

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