quinta-feira, 28 de julho de 2011

Rossana disse que foi comunicada da exoneração por torpedo

Rossana fala sobre exoneração, se afasta de Ricardo e lança Erundina ao Senado


A arquiteta e ex-superintendente da Sudema, Rossana Honorato, resolveu romper o silêncio e falar publicamente pela primeira vez desde que foi exonerada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). Rossana fez uma avaliação positiva de sua gestão a frente da Sudema, relatou os problemas que teve que enfrentar, inclusive a falta de diálogo com o governador, assim como pouco autonomia para tomar decisões.
Honorato revelou ainda que foi comunicada da exoneração e de possíveis funções que poderia desempenhar no governo através de torpedo e que o famoso coletivo que tirou Ricardo Coutinho do Universidade Federal da Paraíba e o levou ao governo do Estado não existe mais. “Esse modelo de liderança terminou por dividir o que buscava ser um coletivo, através da construção de elos estratégicos mantidos individualmente. Entre nós, acabou-se o que se chamava coletivo...”
Outra revelação dá conta da dificuldade de acesso ao governador Ricardo Coutinho. “Hoje, a porta está aberta para conversa e negociação com quem tem voto ou dinheiro”, revelou.
Sobre sua vida política, ela revelou que mantém a chama acesa para uma provável candidatura a deputada federal em 2014, isso a depender de vontade coletiva, mas deixou transparecer que seu grande objetivo e conseguir viabilizar a cadidatura da deputado federal pelo estado de São Paulo ao Senado Federal representando a Paraíba.
Confira a entrevista na íntegra:
WSCOM – Passados alguns dias de sua exoneração da SUDEMA, qual a sua análise sobre a questão? O que deve ter motivado todo o processo de substituição?

Aguardei um pouco antes de me pronunciar para manter a racionalidade ativa ainda que permeada pelos laços que vinculam minha trajetória pessoal à história da atual geração no poder no Governo da Paraíba e na Prefeitura da Capital. Minha história com a Paraíba e mais precisamente com João Pessoa é muito densa; por muitos anos, propulsora de toda a minha energia criativa, embora pouquíssimo conhecida do grande público.
O processo de substituição foi motivado por um modelo de gestão governamental que há muito não me agrada, mas que, por João Pessoa e pela Paraíba, levou-me a sustentar. Tenho buscado gerenciar processos e pessoas fundando relações de confiança. Se me vem relatos que tentem descredenciar pessoas sob minha coordenação, a primeira providência que tomo, se eu vir a dar algum crédito mínimo, é chamar a pessoa pra conversar e ouvir a sua versão dos fatos e então tirar minhas conclusões.
Imagine o que significa gerenciar um órgão como a Sudema, com um rol de determinações prévias, e perceber gradativamente não dispor da confiança necessária à tarefa. Sabendo, nós - simples observadores -, o quanto a Sudema foi, nesses seis primeiros meses, alvo de tanta atenção social e de geração de opiniões públicas diversas fomentadas sobretudo por segmentos organizados da imprensa da Paraíba.
Observe a imediata calmaria da mídia com a minha saída do órgão. A Sudema sumiu da pauta da imprensa paraibana. Menos de trinta dias foram suficientes para que a instituição entrasse nos eixos; é o que diz o silêncio. E todas as determinações superiores, as publicações do Diário Oficial atestam, revistas sumariamente. Além da imediata ocupação dos cargos das funções administrativas essenciais...

Essa atenção outrora demasiada da imprensa não era fruto de observações zelosas sobre a gestão da Sudema. Trata-se de um órgão de altíssimo interesse do poder econômico, cuja principal característica ali encontrada não repercutia favoravelmente ao interesse público. Se se faz um retrospecto da história recente do órgão, observa-se que, em detrimento de Governo A ou B ou C, lá imperavam várias gestões dentro de uma pseudo-unidade de serviço. Cada parte trabalhando no seu quadrado.
E vários "servidores públicos" atrelados à estrutura administrativa ou somente no papel ou por meio de contratos precários que perduravam por mais de década e pela via de pagamentos obtusos. Maridos e esposas, mães e filhos, irmãs, irmãos, núcleos e mais núcleos familiares ali conectados "pelo trabalho". Visão de conjunto, de futuro, estabelecimento de metas, transparência no trato dos recursos públicos era coisa a desejar. E essa foi a missão a mim atribuída. Pra usar uma expressão muito replicada na gestão governamental: reconstituir o caráter público da unidade administrativa.
Pra você ter uma ideia, nós buscamos levantar um comparativo entre a realidade da arrecadação do órgão, somente em compensação ambiental, com o Estado de Pernambuco, e ao governador foi relatado isso: Pernambuco arrecada em torno de R$ 80 milhões/ano enquanto na Paraíba a arrecadação anual gira em torno de reles R$ 100 mil. Uma discrepância considerável. E como é que se promove uma maior arrecadação? Cumprindo a missão do órgão em licenciamento e fiscalização através da disponibilização de condições de trabalho e valorização das pessoas que atuam no processo...

Fonte: WSCOM

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